Alice

Ele vem com um copo de café na mão, e aquela gravata um pouco estranha, mas q combina com o jeito estranho dele. No mp3 toca um Leoni, a música da Alice, q por sinal eu adoro. Gosto principalmente da insegurança que ela te passa, e coisas q são tão fáceis pra todo mundo não são tão fáceis assim p/ apaixonado pela Alice.
Ando muito mais perceptiva e mais fria tb, só pelo fato de conseguir olhar pra ele bebendo café, rindo e olhando pra mim com uma cara de quem não fez absolutamente nada de errado, me faz ficar preocupada por estar pouco me fudendo pra td isso. Não que eu preferisse chorar as pitangas, como talvez fizesse há uns meses atrás, mas tb não sentir nada, nem raiva, nem despeito, nem porra nenhuma, é bem estranho.
Em contradição à isso, eu me importo e faço um complô enorme contra eu mesma dando importância ao que significa menos e que eu sempre soube que não tinha um lugar na minha vida. Importância para td aquilo que me irritava tanto e que eu sempre disse que seria insignificante. Passei mais da metade delas que estão aí, pensando em como será revê-lo. Como se isso realmente tivesse alguma importância na minha vida.
Na realidade td isso deve ser uma defesa criada por eu mesma pra sofrer somente com coisas idiotas, e não perceber outras piores que ocorrem e passam desapercebidas. Defesa de mais uma apaixonada por alguma coisa, como o cara apaixonado pela Alice, achando que tudo só acontece comigo, e que todas as pessoas estão com algum plano super maquiavélico para me deixar insegura.
Ele já foi embora, o copo de café está vazio na lata do lixo, e o cheiro do seu perfume continua circulando pela sala gelada. Enquanto isso fico aqui, escrevendo cartas, que nem sempre são de amor.

beijos
Paty